Este ano a música sertaneja sofreu um efeito “2012”. Houveram mudanças radicais, algumas com tom de catástrofe outras com tom de milagre. Expandiu seu público e fez surgir a classe dos “Universitários Caipiras”.
O nascimento de inúmeras duplas das mais variadas qualidades, mostrou o grande boom do sertanejo no cenário musical brasileiro. Cantores solos, duplas masculinas, duplas mistas e rompimentos.
Os fatos que marcaram o ano: A carreira estelar de Edson & Hudson chega ao fim, o Grupo Tradição tem nova formação, Edson e Michel Teló seguem carreira solo, a gravadora Som Livre arrebanha os novos talentos sertanejos, Luan Santana e Eduardo Costa brilham, programas de Tv entram e saem do ar num piscar de olhos, Victor & Léo não são sertanejos, Rionegro & Solimões e Crysthian & Ralf sumiram do mapa, perdemos Falcão, Sérgio Reis ganha o Grammy Latino, Barretos não teve o mesmo brilho dos anos anteriores, Tinoco faz 90 anos, Paula Fernandes, Maria Cecília e Janayna representam dignamente o sertanejo feminino.
Mas sem sombra de dúvidas 2009 foi o ano do cantor Daniel, que sofreu uma mudança surreal tanto na vida profissional quanto na particular.
Investiu na carreira de ator, estrelou “O Menino da Porteira” e brilhou como Zé Camilo em “Paraíso”. Casou-se e ganhou uma filha. Como se não bastassem as novidades positivas, às vésperas de 2010, anuncia o rompimento com o empresário Hamilton.
Acompanho sua carreira desde o início e sempre olhei para João Paulo & Daniel como um trio, contando com o Hamilton. Quando João Paulo se foi, ficou a dupla. Uma parceria invejada por muitos e alcançada por poucos. Não estou colocando em discussão os motivos para o rompimento, mas sim a importância do fato que nos leva a crer que realmente o cenário está passando por mudanças.
O mercado se abriu para o sertanejo como o mar se abriu para Moisés. É visível que toda a estrutura foi abalada, os grandes nomes tiveram que dividir espaço com os novos, mas não perderam a importância, e a queda dos dominós se segue até chegar ao ponto financeiro. Não há de se negar que esse quesito incentiva muitos (dos quais, às vezes sem preparo) a formar uma dupla em busca de riqueza e sucesso e também condena as já formadas e consolidadas ao rompimento e fracasso.
No fim, quem perde e quem ganha somos nós: o público. Bons talentos despotando e enriquecendo “a” música, contrastando com algumas obras dignas de um castigo ao se escutar. Bruno, César Menotti e Rick sempre comentam sobre a preocupação em se manter a boa qualidade musical e não denegrir o estilo.
Nesse ponto é necessário confiar que o ouvido do povo não serve apenas de pinico, mas também como um bom filtro. Afinal, tantos já chegaram, tantos já se foram e o bons permanecem. Que venha 2010!
sábado, 12 de dezembro de 2009
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